O que é a dor? - Donatila Cazarotto | Médica Anestesiologista

O que é a dor?

A dor é uma sensação desagradável que tenho certeza de que ninguém gosta de sentir, não é? Mas, você sabe mesmo o que é a dor e suas classificações?

Claro que esse tema é muito amplo para ser tratado em apenas um único artigo, então vou fazer uma breve introdução e explicar alguns pontos importantes hoje.

Pode parecer bem complexo e difícil, mas acredite, não é.

Afinal o que é a dor?

A dor é o maior sinal de que algo não está bem no nosso corpo. É, inclusive, uma das maiores causas de alguém procurar um médico.

Isso ocorre porque a maioria dos brasileiros ainda não possuem o hábito de fazer exames por prevenção, e esperam os problemas de saúde se agravarem muito antes de buscarem ajuda médica.

Mas voltando ao assunto, a dor pode ser leve ou aguda, intermitente (com pausas) ou constante, estável ou latejante.

Por muitas vezes o paciente pode ter dificuldade em descrever a dor, pois ele pode senti-la em um único local ou em uma área extensa (a perna inteira, por exemplo).

A intensidade varia bastante também, indo do desconforto, para leve sensação de dor, até chegar em um nível intolerável.

Tolerância a dor

Puxando o gancho do tópico anterior, é importante explicar algumas coisas sobre a tolerância a dor.

A pergunta que fica é: quanto uma pessoa pode suportar de dor? A resposta, sem sombra de dúvidas, é: depende!

Isso depende porque cada pessoa tolera a dor de uma forma diferente, e ainda pode variar do local em que a pessoa está sentindo a dor.

Uma pessoa pode não suportar um simples corte ou contusão, mas aguentaria fazer uma restauração dentária sem anestésico, por exemplo. 

Veja também: Anestesista ou Anestesiologista?

Outro indivíduo pode achar uma tortura uma dor de dente leve, enquanto sofre de enxaqueca, mas por já estar habituado a essa dor, se tornou mais tolerante.

Essa capacidade de aguentar um momento de dor pode variar de acordo com a personalidade da pessoa, a capacidade física ou psicológica, o humor, o momento, o choque emocional, enfim, várias circunstâncias inerentes a cada um.

Um bom exemplo disso são os atletas, há vários casos de corredores profissionais que, mesmo depois de se machucar em uma competição, conseguiu continuar a correr até o final, ignorando completamente a dor.

Há relatos desses atletas que mesmo quando já tinham tido consciência da lesão, mas por estar extasiado pela vitória, sequer sentiu dor durante o tratamento. E existem outros relatos que a dor foi excruciante após uma derrota. A questão psicológica altera e muito a percepção da dor.

Várias são as justificativas para que algo assim ocorra, mas não vamos nos aprofundar nisso por agora.

Como é o trajeto da dor?

A dor devido a lesões começa nos receptores especiais, que estão espalhados por todo o corpo humano. 

Esses receptores de dor transmitem os sinais por impulsos elétricos ao longo dos nervos, até a medula espinhal e, depois, até o cérebro. Às vezes, o sinal provoca um reflexo como resposta.

Quando o sinal chega à medula espinhal, ele volta imediatamente pelos nervos motores até o ponto de origem da dor, provocando a contração muscular, sem envolver o cérebro. 

Um bom exemplo disso é quando tocamos em algo quente sem intenção e levamos um susto, puxando a mão imediatamente. Essa reação reflexa ajuda a prevenir lesões permanentes. 

O sinal de dor também é enviado ao cérebro. Somente quando o cérebro processa o sinal e o interpreta como dor é que as pessoas tomam conhecimento da dor.

Os receptores da dor e suas vias nervosas diferem nas diferentes partes do corpo. Por esse motivo, a sensação de dor varia segundo o tipo de lesão e a sua localização. 

Por exemplo, existem inúmeros receptores na pele que são capazes de transmitir informações muito específicas sobre a localização da lesão, distinguindo se a fonte da agressão é cortante (como uma lâmina) ou não cortante, como pressão, calor, frio ou coceira. 

Por outro lado, os sinais de dor provenientes de órgãos internos, como o intestino, são limitados e imprecisos. O intestino pode ser beliscado, cortado ou queimado sem gerar qualquer sinal de dor. 

Entretanto, o alongamento e a pressão no intestino podem provocar uma dor intensa, mesmo por algo tão inofensivo como bolhas de gás retidas nele. Podendo causar, até mesmo, sensação de falta de ar. 

O cérebro não consegue identificar a localização exata da dor intestinal, o que a torna difícil de ser localizada, podendo ser sentida numa área extensa.

Existem ainda muitos outros dados sobre a dor, mas neste artigo separei essas informações.

Gostou de aprender mais sobre assunto? Fique atento aos conteúdos do site. 

Dra. Donátila Cazarotto

Dra. Donátila Cazarotto

Dra. Donatila Cazarotto atua como médica anestesista há 11 anos e é apaixonada pela especialidade que mantém a vida, proporciona acalento e tira a dor.

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